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Estudo da Uerj alerta para perigos do preenchimento labial

Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) alerta para os perigos de longo prazo nos preenchimentos labiais. A pesquisa envolveu oito instituições de países como Brasil, México e Espanha, e aponta que pacientes que realizaram o procedimento podem ter reações adversas crônicas, como nódulos, muitas vezes ficando assintomáticos.

Publicado na revista Oral Diseases, o estudo analisou amostras de 151 pacientes com reações adversas crônicas de longo prazo causadas por materiais usados nos preenchimentos, desde os temporários, como o ácido hialurônico, até os permanentes, como o PMMA e o silicone.

A pesquisa foi liderada por Fábio Ramoa Pires, dentista e patologista bucal da Uerj. Ele explica que o ideal é acompanhar o paciente após o procedimento para que as complicações, caso surjam, sejam percebidas com rapidez.

“O que os clínicos e os profissionais poderiam observar é manter o paciente em seguimento depois que ele fez o preenchimento para observar essas possíveis reações e detectá-las da maneira mais precoce possível. Quanto antes você enxerga o problema, mais simples é o tratamento”.

O especialista também diz que o fato de muitos pacientes não contarem que fizeram o preenchimento dificulta o diagnóstico.

“O fato de as pessoas às vezes não reportarem quando a gente entrevista a pessoa, faz a anamnese, que fizeram o preenchimento, é só um agravante. Porque às vezes a gente olha na lâmina e pensa no preenchimento, mas não tem isso na história. Então acaba sendo um fator que dificulta o diagnóstico em alguns casos”.

A maioria dos pacientes analisados desenvolveu nódulos de dois a 60 centímetros, que aparecem em média 1 ano e meio após os procedimentos, com variação em até 20 anos.

Os materiais permanentes, como o PMMA e o silicone, foram os mais associados a reações graves e duradouras. Mas, mesmo os temporários, como o ácido hialurônico, também causaram danos em 12% dos casos.


Agência Brasil

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