Você já se olhou no espelho e se perguntou: “Quem sou eu de verdade?”
Não como mãe, filha, esposa, profissional, líder, serva…
Mas como mulher — alma viva, com desejos, medos, história e identidade.
É comum, principalmente entre nós mulheres, perdermos de vista quem somos quando nos vemos cercadas de exigências e papéis que a vida nos convida a desempenhar. A Psicanálise nos ajuda a perceber que, muitas vezes, esses papéis são formas do nosso ego se proteger. Cumprir expectativas externas pode ser mais fácil do que lidar com o que realmente sentimos por dentro.
Mas chega um momento — e talvez seja esse — em que a alma clama por reencontro.
Uma sede de voltar a si mesma. De se ver. De se ouvir.
Na PNL, costumamos dizer que “o mapa não é o território”. Em outras palavras: o que você vive ou acredita ser, não define tudo o que você é.
Você pode ter sido ensinada a agradar, a servir, a nunca errar. Pode ter vivido relações em que o amor estava condicionado ao seu desempenho.
Mas nada disso é sua essência. São apenas máscaras.
E o problema das máscaras é que, com o tempo, elas grudam na pele.
A Bíblia nos lembra que “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).
Essa verdade também passa por conhecer-se à luz do Espírito, da Palavra e do autoconhecimento.
Cristo nos ensina que somos amadas não por aquilo que fazemos, mas por quem somos n’Ele.
A identidade não está no cargo, no currículo, no número de seguidores, nem no quanto você é útil para os outros.
Está no coração. No íntimo. Naquela mulher que Deus sonhou antes mesmo de você nascer.
A jornada de autoconhecimento é corajosa. Mas é possível.
Veja algumas chaves que podem te ajudar a iniciar esse processo:
Faça perguntas com profundidade.
Em vez de “o que eu tenho que fazer hoje?”, pergunte:
“O que eu estou sentindo agora?” ou “Por que me sinto assim?”
Observe seus comportamentos repetitivos.
Na psicanálise, eles geralmente apontam para algo não resolvido internamente. O que você tenta compensar ou provar? Para quem?
Reescreva sua história com compaixão.
A PNL nos mostra que podemos ressignificar memórias dolorosas. O que você aprendeu com cada experiência difícil? Qual recurso interno você desenvolveu ali?
Volte para o lugar secreto.
Busque tempo a sós com Deus. A intimidade com o Pai é o ponto de partida para reconhecer quem você é fora da performance.
Você não é um papel. Você é uma mulher inteira.
Esse será o nosso ponto de partida aqui na coluna Mulher Viva.
Um espaço para te lembrar, semana após semana, que você pode viver com mais leveza, mais verdade, mais presença.
E mais do que isso: que você pode se reconectar com a sua identidade mais profunda — aquela que existe antes dos rótulos, antes das dores e antes das cobranças.
Você é filha. Você é amada. Você é viva.
Até a próxima semana,
Com carinho,
Jamile Gusmão – Psicanalista e Mulher como você.