Você já deve ter ouvido falar que bebês não devem usar telas antes dos dois anos. Mas por que isso é tão falado e, ao mesmo tempo, tão difícil de aplicar na prática?
A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde são categóricas: o uso de telas por crianças menores de dois anos deve ser evitado. Isso porque, nessa fase da vida, o cérebro está em pleno desenvolvimento, e o que ele mais precisa é de interação humana, toque, fala, brincadeira, movimento e vínculo – e não estímulos artificiais, rápidos e repetitivos como os que vêm das telas.
Quando expomos um bebê a uma tela, estamos tirando dele a chance de explorar o mundo real. O som da nossa voz, a mudança no tom, a expressão do nosso rosto, o contato olho no olho — tudo isso ensina muito mais do que qualquer desenho animado.
Além disso, estudos mostram que o uso precoce de telas está associado a atrasos na fala, dificuldades de atenção, problemas de sono e até aumento nos níveis de ansiedade infantil. Não é exagero. É ciência.
Sim, sabemos que muitas vezes a tela parece ser uma “salvação” para um momento de exaustão, para distrair enquanto se faz o almoço ou para acalmar durante uma crise. Mas aqui vai um lembrete importante: o cansaço da mãe não pode ser resolvido à custa do desenvolvimento do filho. Existem alternativas. Podemos buscar apoio, ajustar rotinas, criar espaços seguros para o brincar livre, aceitar o caos momentâneo. Nada disso é fácil, mas tudo isso é possível.
Não estamos aqui para julgar, mas para lembrar: maternidade não é sobre perfeição, é sobre consciência. Quando você entende o impacto das telas, passa a fazer escolhas mais conscientes, mesmo que imperfeitas.
Dê ao seu filho o que nenhuma tela é capaz de dar: presença, afeto e conexão. Isso, sim, é insubstituível.
Por Daniela Fontana