A Secretaria Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Norte apura o caso de 8 pacientes que tiveram o globo ocular removido durante um mutirão de cirurgias de cataratas, na cidade de Parelhas, no interior do estado.
A investigação foi aberta logo após a divulgação de informações extraoficiais sobre a ocorrência de contaminação durante os procedimentos.
O governo potiguar não teve participação no mutirão. As cirurgias foram contratadas pela prefeitura de Parelhas. A clínica que atendeu os pacientes foi a Oculare Oftalmologia Avançada, de Pernambuco.
No final de setembro, 48 pessoas participaram do mutirão na maternidade Graciliano Lordão. No primeiro dia de cirurgia, dos 20 pacientes, 15 tiveram infecção ocular por uma bactéria, que levou a necessidade de retirada do globo ocular de 8 delas. As demais podem ter a visão comprometida.
A vereadora de Parelhas Francicleide Maria de Souza vem acompanhando o caso. O pai dela, Francisco André dos Santos, está entre as pessoas que perderam a visão.
Nas redes sociais, Francicleide aponta que a empresa Oculare recebeu R$ 1 milhão para realizar as cirurgias e que a equipe médica era composta apenas por um cirurgião e um instrumentista. A vereadora afirma que as operações, realizadas na véspera das eleições, não foram feitas de forma adequada.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte informou que já instaurou um processo para apurar o ocorrido.
Em nota, a prefeitura de Parelhas informou que, dos 20 pacientes que passaram pela cirurgia de catarata no dia 27 de setembro, 15 apresentaram sintomas de uma infecção ocular causada por uma bactéria. É que a presença da bactéria foi detectada prontamente por meio de exames especializados, permitindo que a equipe médica adotasse a medicação necessária conforme prescrição de um infectologista, visando o tratamento adequado de cada paciente. Ainda segundo a prefeitura, no dia seguinte, foram realizados outros 28 procedimentos cirúrgicos sem qualquer intercorrência, o que reforça a necessidade de uma investigação cuidadosa e detalhada sobre os casos de infecção.
A reportagem não conseguiu contato com a empresa Oculare Oftalmologia Avançada.
Agência Brasil