O uso de preenchimentos estéticos com PMMA, polimetilmetacrilato, poderá ser banido no Brasil. A medida está em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, após recomendação do Conselho Federal de Medicina, feita nessa terça-feira.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, usar o produto na forma injetável pode causar complicações como infecções, reações inflamatórias, necroses, insuficiência renal aguda e crônica, podendo causar mortes.
Em 2020, uma influenciadora digital perdeu parte da boca e do queixo após fazer preenchimento labial com PMMA. No ano passado, outra influenciadora morreu após se submeter a um procedimento estético para aumentar os glúteos.
O polimetilmetacrilato é um componente plástico usado tanto na saúde quanto em setores produtivos, dependendo da forma de processamento da matéria-prima. Ele pode ser encontrado, por exemplo, em lentes de contato, implantes de esôfago e cimento ortopédico.
No campo estético, o PMMA é autorizado pela Anvisa somente para tratamento reparador em casos de correção facial e corporal, provocadas por sequelas de doenças como a paralisia infantil e para correção de lipodistrofia, que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo, provocada pelo uso de medicamentos antirretrovirais em pacientes com HIV/aids.
A aplicação do PMMA, segundo a Anvisa, deve ser feita por profissional médico ou odontólogo habilitado. Mas o Conselho Federal de Medicina revela que, dos mais de três mil e quinhentos cursos de estética cadastrados no Ministério da Educação, 98% não exigem formação em medicina. E que 81% das vagas nos cursos de estética são vinculadas ao ensino à distância.
Agência Brasil