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A alimentação do bebê e da criança: a frustração da mãe e os erros mais comuns

A introdução alimentar é um dos momentos mais esperados na maternidade, mas também pode se tornar um dos mais desafiadores. A frustração da mãe diante das recusas do bebê é real, especialmente em uma sociedade que coloca sobre seus ombros a responsabilidade pelo sucesso da alimentação infantil. Mas a verdade é que comer é um processo de aprendizado, e alguns erros comuns podem dificultar ainda mais essa fase.

O que não fazer na alimentação do bebê?
1. Usar telas durante as refeições
Colocar um desenho animado ou um celular na frente do bebê para que ele coma sem perceber pode parecer uma solução rápida, mas, na prática, isso atrapalha mais do que ajuda. O bebê precisa aprender a reconhecer os sinais de fome e saciedade, entender os sabores e texturas dos alimentos. As telas distraem e impedem esse aprendizado, criando uma dependência perigosa.
2. Fazer trocas para garantir que coma algo
“Se não quer o arroz e o feijão, então dou um biscoito para não ficar com fome.” Essa estratégia pode parecer inofensiva, mas ensina à criança que basta recusar para conseguir outra opção mais interessante. O ideal é manter a oferta equilibrada e não substituir a refeição principal por algo menos nutritivo. Se a criança não quiser comer, tudo bem. Na próxima refeição, tente novamente.
3. Forçar a criança a comer
Insistir, fazer aviãozinho, cantar para convencer ou até mesmo colocar a comida à força na boca da criança pode gerar um relacionamento ruim com a alimentação. O bebê precisa se sentir seguro para explorar os alimentos no próprio ritmo. O papel do adulto é oferecer comida de qualidade e criar um ambiente tranquilo. O do bebê é decidir o quanto e se vai comer.
4. Reagir exageradamente às recusas
Se cada não do bebê for recebido com desespero, chantagem ou negociações, ele entenderá que a comida é uma ferramenta de poder. Manter a calma, continuar oferecendo e confiar no processo são atitudes que fazem toda a diferença.
5. Usar doces e ultraprocessados como recompensa
“Se comer tudo, ganha sobremesa.” Essa frase ensina a criança que o doce é mais valioso do que a comida nutritiva e pode prejudicar sua relação com a alimentação a longo prazo. O ideal é que os doces sejam apresentados sem estar atrelados a comportamentos, para que a criança não veja neles uma compensação emocional.

A alimentação é um processo, não uma batalha

Mães não fracassam porque seus filhos não querem comer. A alimentação infantil é um caminho de aprendizado que envolve paciência, respeito e confiança. O importante é criar um ambiente positivo, onde a comida seja associada a momentos agradáveis, sem pressões ou distrações. O bebê que hoje recusa pode aceitar amanhã. E o mais importante: aprender a comer com prazer e autonomia é um presente para a vida toda.

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