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Câmara de São Paulo irá instalar CPI para investigar atuação do padre Júlio Lancellotti na ‘Cracolândia’

A Câmara Municipal de São Paulo deve instalar em fevereiro, início do ano legislativo, uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam no centro de São Paulo, incluindo as atividades do padre Júlio Lancellotti, segundo informações do autor do requerimento, vereador Rubinho Nunes (União Brasil).

“Já tem as assinaturas. Eu protocolei a CPI com 25 assinaturas que eu coletei em 30 minutos no plenário, mas já tem o apoio de mais de 30 vereadores na Câmara e também tenho construído com as lideranças a abertura da CPI já no início do ano legislativa, em fevereiro”, confirmou o parlamentar à CNN.

O pedido foi protocolado em 06 de dezembro do ano passado. Na justificativa, o vereador afirma que a CPI buscará “examinar as atividades desempenhadas e se elas estão sendo executadas de maneira satisfatória” pelas ONGs que atuam na região da “Cracolândia”.

Embora o requerimento não cite nenhuma entidade, Nunes disse à CNN que, inicialmente, serão investigadas duas organizações: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e a Craco Resiste.

O vereador acrescentou que, além delas, também devem ser examinadas “todas as outras que atuam ali no centro que, na minha leitura, compõem a máfia que explora a miséria no centro de São Paulo”.

O parlamentar citou ainda a atuação do padre Júlio Lancellotti – conhecido por trabalhar junto à população em situação de rua na capital paulista. “Ele capitaneia tudo isso, então ele é uma figura que vai ser convocada tão logo a CPI seja instalada.”

Procurado, Lancellotti afirmou que as comissões são legítimas, mas acrescentou que não pertence a nenhuma Organização da Sociedade Civil (OSC), e que as ações da pastoral estão submetidas à arquidiocese de São Paulo.

Sobre o objetivo da CPI, o padre afirmou que “é a questão da política pública com pessoas dependentes químicas, principalmente em área de cena de uso, que são pessoas em situação de rua”. “Quem executa essas políticas são OSCs (Organizações da Sociedade Civil) com o poder púbico e eu não pertenço a nenhuma OSC”.

CNN/FOTO CNN

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