No próximo sábado (24), das 8h às 12h, a Prefeitura de Vitória da Conquista realiza, no Parque Lagoa das Bateias, um evento em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio). A iniciativa, promovida pela Secretaria Municipal de Saúde, tem como objetivo ampliar o debate sobre saúde mental e direitos humanos, além de reforçar o compromisso da gestão com as políticas antimanicomiais.
A programação do evento será diversificada e inclui rodas de conversa, palestras, apresentações artísticas e musicais, campeonato de baleado, dança e oficina de fotografia/lambe-lambe.
O coordenador municipal de Saúde Mental, Vinicius Reis, explica que o evento celebra uma conquista histórica da reforma psiquiátrica brasileira, que promoveu a substituição do modelo hospitalar pelo atendimento comunitário, centrado nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
“A partir da reforma psiquiátrica, o cuidado deixou de estar centralizado na figura médica para se basear no acolhimento e nos direitos humanos. O modelo dos Caps permite não só a melhoria da saúde, mas também a garantia dos direitos de cidadania, pois estar em sofrimento psíquico não significa perder o direito à convivência em sociedade”, afirmou Vinicius.
Políticas públicas de Saúde Mental em Vitória da Conquista
O município conta com uma ampla rede de atendimento em saúde mental pelo Sistema Único de Saúde (SUS), composta por:
Ambulatório Municipal de Saúde Mental
Realiza cerca de 1.500 atendimentos por mês, atendendo casos leves e moderados. O serviço é acessível por demanda espontânea ou por encaminhamento das unidades de saúde. O primeiro contato é feito por meio de uma escuta de acolhimento, seguido do direcionamento ao tratamento adequado.
A equipe é formada por profissionais de diversas áreas, oferecendo atendimentos psiquiátricos, psicoterapia, grupos terapêuticos (regulação emocional, hábitos saudáveis, luto), arteterapia, atendimento farmacêutico, serviço social e visitas domiciliares.
Centros de Atenção Psicossocial (Caps)
- Caps i (Infantil e Adolescente): 5.338 pacientes cadastrados (3.198 ativos), sendo 1.324 com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
- Caps II – Djalma Vieira e Silva: 4.168 pacientes cadastrados (1.394 ativos).
- Caps AD III (Álcool e outras Drogas): 9.336 pacientes cadastrados (1.242 ativos).
Esses serviços representam a materialização das diretrizes da luta antimanicomial, garantindo o cuidado em liberdade, o respeito à dignidade e a promoção da reinserção social de pessoas em sofrimento psíquico.