Segundo o Blog do Sena, nos últimos dias encontros tem sido articulados na casa do vereador Dudé para a sugestão do sucessor de Sheila Lemos em 2028. Ainda segundo o Blog todos os vereadores presentes estavam cientes e inclusos na pauta para apoio a Ivan Cordeiro (PL). O que tem causado espanto e intensificado os debates nos bastidores da política conquistense, já que alguns nomes ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT) vêm demonstrando apoio — direto ou velado — à possível candidatura de Ivan Cordeiro, filiado ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. A aproximação, ainda não oficialmente declarada, levanta uma série de questionamentos sobre os rumos da esquerda no município.
A situação é, no mínimo, contraditória. O PT sempre foi uma força política significativa em Vitória da Conquista, com raízes profundas nos movimentos populares, sindicatos e bases comunitárias. Ver nomes identificados com essa trajetória se alinhando a um candidato com histórico político conservador gera a percepção de que o movimento de esquerda está dividido, enfraquecido ou até mesmo sem direção clara para 2028.
Para analistas políticos locais, esse possível apoio ao nome de Ivan pode ser lido de duas formas:
- Como pragmatismo eleitoral, uma tentativa de se alinhar a quem tem maiores chances de oferecer alguma estrutura política.
- Ou como um claro sinal da crise interna da esquerda na cidade, que não consegue unificar nomes, lideranças ou propostas para se contrapor aos grupos da direita local.
Enquanto isso, o nome do atual vice-prefeito Dr. Alan, do Republicanos, vem ganhando força como a alternativa de centro, com boa aceitação popular, presença institucional e apoio crescente. O movimento de apoio a Ivan, portanto, pode também ser uma estratégia de certos grupos para frear o avanço natural do vice, inclusive entre eleitores mais progressistas.
No fim das contas, resta a pergunta:
O que justifica líderes petistas apoiarem um pré-candidato do PL em uma cidade historicamente polarizada entre esquerda e direita? E mais: Esse apoio representa o esvaziamento da esquerda conquistense, ou seria apenas mais um capítulo de um jogo político cheio de interesses cruzados?
O cenário está lançado, e as próximas movimentações prometem esquentar ainda mais o tabuleiro eleitoral de 2028.
