Nos últimos 30 dias, os municípios de Guanambi e Caetité, localizados na região sudoeste da Bahia, têm enfrentado um surto de raiva, com 32 mortes de animais devido à suspeita da doença. O aumento no número de casos gerou preocupação entre os moradores locais e mobilizou as autoridades de saúde e defesa agropecuária para implementar medidas de prevenção.
O surto começou na segunda quinzena de dezembro, em Caetité, com o registro de um caso de raiva em um equino. Em seguida, a doença se espalhou para Guanambi, cidade vizinha, situada a cerca de 40 quilômetros de distância. Até o momento, Guanambi é o município mais afetado, com 30 casos suspeitos e um confirmado de raiva em bovinos. O primeiro caso confirmado ocorreu no dia 27 de dezembro de 2024, após a coleta de amostras enviadas ao Laboratório Central (Lacen), na zona rural do distrito de Ceraíma.
A Secretaria de Saúde de Guanambi informou que, apesar das reportagens indicarem que todos os casos registrados seriam confirmados, na realidade, mais de 30 mortes de animais foram registradas com suspeita de raiva. Além disso, três coletas de amostras foram realizadas para análise laboratorial, e a vigilância segue atenta à situação.
A Vigilância Epidemiológica de Guanambi revelou que o foco da doença foi identificado após uma moradora relatar a morte de nove bovinos em sua propriedade. A Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) foi imediatamente notificada e, desde então, tem acompanhado e orientado os moradores da região.
Em resposta ao surto, a prefeitura de Guanambi, com o apoio da Adab, implementou medidas para controlar a propagação da doença. Entre as ações adotadas, destaca-se a recomendação de que todos os moradores e propriedades localizadas a um raio de 10 quilômetros dos focos de raiva realizem o tratamento profilático, por meio da vacinação antirrábica de seus animais. Cães e gatos também estão sendo vacinados na região, como medida preventiva.
Além disso, a Secretaria de Saúde de Guanambi tem promovido campanhas de conscientização e orientação aos moradores sobre os cuidados a serem tomados em caso de suspeita de raiva. Os criadores de animais estão sendo instruídos a evitar o contato direto com a saliva de animais contaminados e a tomar cuidados especiais ao manusear utensílios e equipamentos utilizados pelos animais. Em casos suspeitos, os moradores devem entrar em contato com as equipes de Vigilância Epidemiológica, Sanitária ou com a Adab.
A raiva é uma doença viral que afeta o sistema nervoso central de mamíferos, incluindo os seres humanos. A principal forma de transmissão é através da mordida ou da saliva de um animal infectado, embora também exista um risco, embora raro, de transmissão pela ingestão de carne de animais contaminados. Embora a doença seja fatal se não tratada antes do aparecimento dos sintomas, a vacinação é a principal forma de prevenção.
A situação tem gerado apreensão entre os moradores, especialmente em relação à comercialização de carne. No entanto, apesar da confirmação dos casos de raiva, a venda de carne em Guanambi continua autorizada. A Secretaria de Saúde do município esclareceu que a maioria dos produtos comercializados possui selo de inspeção, conforme as diretrizes da Adab, o que garante que a carne passou por inspeção sanitária adequada, minimizando os riscos de contaminação.
As autoridades de saúde seguem monitorando a situação e reforçando a importância da vacinação e da prevenção para evitar a propagação da raiva, buscando proteger tanto os animais quanto a população local.