Quando se pensa na identidade de uma cidade, poucos espaços são tão simbólicos quanto as praças — locais de convivência, fé, descanso e memória coletiva. Em Vitória da Conquista, boa parte delas guarda traços da fundação do município, do seu desenvolvimento econômico e da formação cultural ao longo dos 185 anos de emancipação política.
Entre todas, a Praça Tancredo Neves se destaca como o principal cartão-postal da cidade, testemunha viva da história conquistense.
Remontando ao antigo “Arraial da Conquista”, no final do século XVIII, o local foi escolhido por um motivo essencial: a presença de água. As primeiras casas eram construídas com os quintais voltados para o córrego que formava o rio Verruga, ponto de partida para o desenvolvimento do povoado que daria origem à atual cidade.
Antes de se tornar praça, o espaço funcionava como o centro comercial da antiga Vila Imperial da Vitória. Só em 1940o local foi transformado na Praça da República, que na década seguinte ganhou o nome de “Jardim das Borboletas”.
Em 1º de maio de 1985, durante a gestão do então prefeito José Pedral Andrade, foi inaugurada a nova praça, fruto do projeto das arquitetas Sibéria Correia e Ana Maria Domingos, recebendo o nome Praça Tancredo Neves, em homenagem ao presidente recém-falecido.
Hoje, o espaço é um refúgio verde em meio ao centro urbano, com canteiros ornamentados, palmeiras imperiais, lagos abastecidos com água da nascente do Poço Escuro e peixes coloridos, como carpas e tilápias.
Mais que um ponto turístico, a praça é um símbolo afetivo para gerações de conquistenses e visitantes — especialmente no período natalino, quando ganha iluminação especial, transformando-se em um verdadeiro espetáculo de luzes que encanta toda a cidade.
As praças de Vitória da Conquista continuam sendo espaços de memória e vida, onde passado e presente se encontram para celebrar a trajetória de uma cidade que segue crescendo sem perder suas raízes.

