Na manhã desta terça-feira (23), o prefeito em exercício de Vitória da Conquista, Aloisio Alan, recebeu representantes do Projeto Missão Vida e o coordenador de Saúde Mental do município, Vinicius Reis, para discutir demandas e propostas voltadas ao fortalecimento da iniciativa, que atua no acolhimento de famílias impactadas pelo suicídio.
Durante o encontro, a equipe do Missão Vida apresentou as ações já realizadas, como as reuniões mensais de apoio e escuta para enlutados, além de relatar as dificuldades enfrentadas. Entre as solicitações feitas ao poder público, estão a instalação de placas pró-vida e gradis de proteção em locais da cidade identificados pelas famílias como pontos de risco para pessoas em sofrimento psíquico.
O prefeito em exercício destacou a relevância do trabalho desenvolvido.
“O Missão Vida é uma missão nobre que exige muito desprendimento. Dentro do que for possível, a Prefeitura vai apoiar para que mais sobreviventes tenham o suporte oferecido pelo projeto. Vamos repassar as demandas às pastas responsáveis e buscar contemplar o que for viável”, afirmou Aloisio Alan.
O coordenador de Saúde Mental, Vinicius Reis, sugeriu integrar as ações do projeto aos equipamentos municipais, como CRAS e escolas, destacando que a vulnerabilidade social é um dos fatores ligados ao suicídio. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), quatro em cada cinco casos ocorrem em países subdesenvolvidos.
A psicanalista Daniele Nogueira, idealizadora do Missão Vida, reforçou que o propósito da iniciativa é oferecer posvenção de qualidade, levando acolhimento, escuta e apoio a quem enfrenta o luto por suicídio.
“A devolutiva dos participantes tem sido muito positiva. Eles encontram um espaço seguro para falar, ouvir e compartilhar sentimentos que são, muitas vezes, estigmatizados. A expectativa é que, com o apoio da Prefeitura, possamos ampliar nosso alcance”, afirmou.
A servidora pública Rainer Mendes, estudante de Psicologia e participante do projeto, acrescentou que o Missão Vida também realiza encaminhamentos necessários para além da escuta afetiva.
“Trabalhamos para proporcionar tanto uma escuta técnica quanto acolhedora, o que a suicidologia já reconhece como efetivo no cuidado ao enlutado”, destacou.
O encontro reforça a importância da integração entre sociedade civil e poder público na promoção da saúde mental e na luta pela vida.

